sábado, 3 de setembro de 2016

Nota da MMM contra a repressão policial em Caxias do Sul


14138005_1016519011780387_6620546669789314442_oA Marcha Mundial das Mulheres vem a público através desta nota denunciar a violência fascista a que a polícia militar submeteu participantes do Ato Contra o Golpe, em Caxias do Sul, no momento da dispersão, na noite do dia 31 de Agosto de 2016.
Nessa data, o Congresso Nacional passou por cima de mais de 54 milhões de votos legítimos, empossando um presidente golpista sem o aval do povo. A partir disso, em mais de 15 estados do país aconteceram manifestações de urgência contra este retrocesso na democracia. Em Caxias do Sul, a partir de uma convocação espontânea, cerca de 300 pessoas se reuniram na Praça Dante e depois saíram em caminhada pelas ruas para denunciar o golpismo orquestrado pela mídia, judiciário, parlamento e poderosos interesses econômicos.
Por volta das 23hrs, o ato se encerrou e os manifestantes se dirigiam para suas casas, entre elas uma de nossas companheiras, militante da MMM. Duas viaturas policiais pararam e a abordaram, junto com outro jovem, que se dirigiam ao ponto de ônibus próximo. A alegação da abordagem foi flagrante por pichação. De forma truculenta, houve violência policial e abuso de autoridade. Constrangimentos, misoginia, racismo e repressão deram o tom da abordagem.
Vendo isso, um advogado se prontificou a ajudá-los e foi espancado pela polícia. Não era coincidência que fosse negro. Seu filho, diante da violência, reagiu em legítima defesa (ver vídeo na página Mídia Ninja) e todos foram conduzidos algemados para a Delegacia de Polícia Civil, onde o tratamento desumano prosseguiu.
A jovem sofreu revista vexatória realizada por duas policiais, tendo sido obrigada a ficar sem roupa em um corredor onde passavam os polícias militares e também outros detidos, o tempo todo sendo xingada com palavras de baixo calão, racistas e machistas. Também não é coincidência a condição de classe e a origem racial.
Nos manifestamos profundamente indignadas com este tipo de violência, que expõe as veias mais fascistas e autoritárias que ainda permanecem incrustadas na nossa sociedade. Tal violência é inadmissível, já que o direito a manifestação é garantido pela Constituição Federal Brasileira.
Desta forma, neste momento difícil que todas e todos enfrentamos, nos colocamos ao lado da democracia e dos direitos constitucionais que todo povo deste país deveria possuir. E neste momento em específico nos colocamos ao lado de nossas bravas companheiras e de nossos bravos companheiros que foram covardemente agredidas e agredidos.
Nenhum direito a menos!
Por todos e todas que lutam, nenhum minuto de silêncio!
Seguiremos na luta contra o golpe.
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres.

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