segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Não a violência contra as mulheres*



A cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil, segundo dados da Fundação Perseu Abramo sobre a violência doméstica. No início de novembro de 2013, o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, organizado pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública1, revelou que o número de estupros no país supera o número de homicídios hediondos.

As denúncias de violência doméstica foram, em 2012, 18% maiores do que no ano anterior. A desigualdade entre homens e mulheres é muito forte em nossa sociedade, e a violência que a mulher sofre simplesmente por ser mulher, seja no âmbito doméstico familiar ou nos espaços públicos, seja no trabalho, na universidade, nas redes sociais, é fruto do machismo, do patriarcado e do sexismo. Se fizermos o recorte de raça, perceberemos a dupla discriminação e violência sofrida pelas mulheres negras a relação entre racismo e sexismo. Segundo a OIT2, uma em cada quatro jovens negras no brasil com idade entre 15 e 24 anos não estuda ou não trabalha no mercado formal. Ou seja, 25,3% das pessoas nessa faixa da população. Além disso, cotidianamente recebemos denúncias sobre a violência com mulheres lésbicas que vão desde o estupro corretivo à violência doméstica e discriminação no local de trabalho.

O combate à violência doméstica e sexual não se encerra com o marco jurídico da Lei Maria da Penha. Cabe ao Estado criar políticas públicas de enfrentamento à violência contra a mulher. Promover a autonomia econômica das mulheres, garantir escolas de educação não-sexista, acesso aos órgãos de proteção às mulheres do campo, da floresta e da cidade, ampliando os direitos das mulheres e rompendo com a divisão sexual do trabalho.

Mesmo que tais formas de agressão não sejam contabilizadas nas estatísticas acima, o conceito de violência contra a mulher é, mais abrangente. Está diretamente relacionado com o sistema capitalista, machista e patriarcal que vivemos, que explora o trabalho, o corpo e a vida das mulheres. É contra esse sistema que também devemos denunciar e lutar, para que de fato consigamos viver num mundo sem violência contra as mulheres, um mundo de igualdade.

O 25 de novembro, Dia Latino Americano e Caribenho de Luta e Combate à Violência Contra a Mulher, tem sua origem no I Encontro Feminista, celebrado em 1981. Essa data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Minerva, Patria e Maria), da República Dominicana, que, em 1960, foram brutalmente assassinadas pela ditadura de Trujillo.

Nós militantes feministas da Marcha Mundial das Mulheres estaremos nas ruas resgatando o 25 de novembro como dia de luta das mulheres!!


Seguiremos em Marcha Até que todas Sejamos Livres!!!!!!

*Janaina Santos é militante da Marcha Mundial das Mulheres




1Disponível em: http://www2.forumseguranca.org.br/novo/produtos/anuario-brasileiro-de-seguranca-publica/7a-edicao. Acesso em 25/11/2013
2Disponível em: http://www.oitbrasil.org.br/node/880. Acesso em 25/11/2013

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