quarta-feira, 8 de julho de 2009

FEIRA DO COOPERTIVISMO DE SANTA MARIA



O cancelamento da 16ª FEICOOP precisa ser explicado para todo Brasil e América Latina.

Aos Trabalhadores e Trabalhadoras da Economia Solidária, amigos e amigas construtores e construtoras de uma Outra Economia.

Todos os anos em Santa Maria, no centro do Rio Grande do Sul/Brasil, uma série de atividades são “o motivo” para muitos e muitas se encontrarem. Milhares de homens e mulheres que constroem suas vidas públicas e privadas emancipando-se das amarras do capital.

Sempre no mês de julho partem para Santa Maria/RS, uma migração de gentes de vários locais do mundo, que chegam para trocar, experimentar, dividir o seu trabalho, conhecimento e alegria. Sonhadores(as) e realizadores(as) de uma prática de sociedade autogestionária, mais justa e sustentável para todos e todas.

Acompanhamos à distância nesse julho a luta para manter as atividades que estão simbolizadas na 16ª FEICOOP – Feira Estadual do Cooperativismo, em especial a luta da Irmã Lourdes Dill, da Mitra Diocesana de Santa Maria, coordenadora do Projeto Esperança Cooesperança. Uma gigante e incansável construtora da Economia Solidária brasileira.

Divulgamos aqui todos os informes e notícias que chegavam, notícias para as gentes que estavam e estão ainda a caminho. Caravanas, grupos, muitas sós, mas com pensamentos coletivos. Mas isso tudo não bastou.

Arbitrariedade, limitação e despreparo poderiam ser as únicas explicações “possíveis” para se entender a Ordem Judicial de Ação Cautelar recebida e aceita pelo judiciário local, que “ordenou” o cancelamento de todas as atividades previstas para 10, 11 e 12 de julho em Santa Maria/RS. Como já bem disse o “próprio judiciário”, este deveria sair mais as ruas para procurar entender as dinâmicas sociais, ou será que entende?

No dia de hoje, grandes jornais nacionais estão noticiando o cancelamento da FEICOOP, mas persiste a curiosidade, quantos eventos do Agronegócio, das Associações Empresariais e Banqueiros foram cancelados até agora? Por certo a EXPOINTER 2009 deverá ficar somente para 2010.

A motivação por medo de surto de Gripe A em Santa Maria, segue orientação da Secretaria de Saúde do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, nosso estado é o segundo(2º) ente da federação com maior número de casos de gripe A no país, ficando atrás apenas de São Paulo. Ambos por sinal governados pela mesma coligação.

O medo de um surto de gripe A em Santa Maria, demonstra a incapacidade que tem-se de lidar com o “ terror” midiático feito pelos grandes meios de comunicação, que proclamam um surto mundial de saúde em andamento, sendo que a gripe A é uma das gripes menos letais que existem. A grande mídia sempre opta pelo lucrativo pânico e sensacionalismo.

A condição de 2º colocado em casos de gripe A no país, demonstra igualmente uma incapacidade e insegurança do poder público estadual de lidar racionalmente com suas obrigações. Ressaltamos igualmente, que o mesmo estado que bem posiciona-se em número de casos da gripe A, desmontou suas políticas públicas de Economia Solidária.

Hoje, no governo Yeda Crusius(PSDB), a Economia Solidária está sem nenhuma política pública, relegada a uma mesa e cadeira da “Secretaria de Justiça” do Estado.

A Prefeitura de Santa Maria sempre foi uma grande apoiadora da FEICOOP em outras edições, a atual gestão do paço municipal perdeu a chance de posicionar-se com mais decisão no caso. As políticas públicas de saúde são prerrogativas do município, ao assumir o medo de um possível surto, a mesma demonstrou-se despreparada e incapaz.

Novamente a história se repete, pagando por ela mais uma vez os trabalhadores e as trabalhadoras. O cancelamento da FEICOOP precisa ser explicado para todo Brasil e América Latina por aqueles(as) que a cancelaram.

Hoje recebemos no Brasil Autogestionário uma pergunta – “Será que há algum interesse inconfesso nestas iniciativas?”

O Brasil Autogestionário através dessa carta, torna público todo nosso apoio a FEICOOP e ao Projeto Esperança Cooesperança, bem como, nosso carinho e estímulo a aqueles(as) que estão ainda em viagem.

Coletivo Brasil Autogestionário (Julho de 2009)

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