quinta-feira, 5 de março de 2009

Nota de solidariedade da Marcha mundial ao CISAM

Magnífico Reitor da Universidade de Pernambuco.

Prof. Carlos Calado

Prezado Senhor,

Nesta semana mais uma vez nos indignamos com a violência sofrida por uma menina de 9 anos abusada sexualmente desde os 6 anos(segundo relato da imprensa). Uma criança com uma infância marcada pelo abuso sexual que resultou em uma gravidez indesejada.

Nos solidarizamos com a direção do CISAM e a equipe de atenção à saúde, em especial com os médicos Prof.Olimpio Moraes e Dr. Sergio Cabral, que tiveram coragem e ética para fazer respeitar o direito desta menina de interromper esta gravidez, que se levada adiante seria uma violência a mais na vida desta menina.

Repudiamos com veemência a atitude da Igreja Católica (Arquidiocese de Olinda) que mais uma vez, usa seus métodos violentos de ameaçar, difamar e tentar penalizar as mulheres e aqueles que as apóiam no seu soberano direito de decidir por sua vida e exercer seus direitos.

Esta igreja ao invés de condenar as pessoas que acolheram e apoiaram esta menina e a família, deveria sim prestar sua solidariedade, denunciar a pedofilia e o estupro, crimes que parecem não incomodar muito esta igreja. O que vale para estes senhores é a vida abstrata produto de um estupro que esta menina carregava no ventre, não porque defendam a vida, mas porque defendem radicalmente seus valores: conservadores, autoritários e hipócritas que tentam a todo custo impor para toda sociedade, num fragrante desrespeito a democracia, a pluralidade e os direitos e a autonomia das mulheres.

A vida desta menina vitima desta violência brutal, para eles, parece mesmo que não vale nada.

O que esta menina precisa agora é ser acolhida, assistida em suas necessidades para ainda desfrutar o seu direito de ser criança. Ser Mãe? Ela tem toda uma vida para decidir se quer ou não ser mãe.

A Ação deste centro e demais entidades que apoiaram neste caso fortalece a nossa luta por uma sociedade justa onde todas as mulheres tenham autodeterminação.

“Nenhuma mulher deve ser humilhada perseguida ou condenada por praticar um aborto”

Marcha Mundial das Mulheres.

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